A Presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública, Maria da Luz Lima, comunicou, na tarde desta segunda-feira 01, a circulação em Cabo Verde da variante inglesa do SARS-CoV-2.
Conforme avançou, para a sequenciação genómica do vírus, com o apoio do escritório local da OMS, o Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) enviou em meados de fevereiro, 77 amostras ao Instituto Pasteur de Dakar, que é o laboratório de referência para SARS-CoV-2, na região.
As amostras enviadas foram todas das ilhas ativas na altura, designadamente Santiago, Santo Antão, Sal, São Vicente, Boa Vista e Fogo, correspondentes aos meses de dezembro de 2020, janeiro e fevereiro de 2021.
Segundo Maria da Luz Lima, chegaram ao país alguns resultados dos quais, das 77 amostras, já foram sequenciadas 24, em que 2 amostras revelaram-se ser a variante inglesa do SARS-CoV-2, sendo que os dois casos são das amostras da ilha de Santiago. “Isto quer dizer que em Cabo Verde circulou ou está a circular a variante inglesa do vírus.”
Ainda os resultados demostraram que “a maior parte do vírus circulante no país são da Europa Ocidental.”
Maria da Luz Lima disse ainda que a confirmação da variante inglesa no país, “é preocupante” porque como se sabe, esta variante está associada a uma alta taxa de transmissibilidade, muito maior que o vírus que surgiu na China.
“Há estudos científicos que apontam o grau de transmissibilidade de 30 a 40% e há outros que apresentam percentagens maiores de 50 a 70%. Explicou.
Com estas evidências, a presidente do INSP alertou que se pode vir a registar mais casos, casos graves e óbitos, por isso reforçou a necessidade de se continuar a apostar fortemente no cumprimento das medidas de prevenção como o distanciamento físico, o uso obrigatório das máscaras, a higienização das mãos e a limpeza das superfícies, no sentido de se evitar a propagação da pandemia.
Comunicou também que face a esta nova realidade vai ser reforçada a comunicação de risco que vem sendo feita, no sentido de aumentar a consciencialização da população.
O Diretor Nacional da Saúde, Jorge Noel Barreto, considerou que apesar da identificação da variante no país, através das informações estatísticas ainda não se verificou o seu impacto. Isto é segundo frisou, “tendo em conta que é uma variante que tem demostrado ter maior capacidade de transmissão e de provocar casos muito mais graves, esperava-se que por esta altura tivéssemos registado muito mais casos em Cabo Verde.”
Jorge Noel Barreto salientou que não houve diminuição da capacidade de diagnóstico, pelo contrario, o país tem apostado tanto no teste PCR como nos testes rápidos de antigénio, pelo que as autoridades continuarão vigilantes e esperam a colaboração da população para o cumprimento das medidas preventivas e se evitar situações piores.
Esta informação foi avançada na Conferência de Impressa sobre a situação da covid-19, desta segunda-feira 01 de março de 2021.
Catarina Veiga/