II Estudo CAP sobre Covid19 revelou que os Cabo-verdianos tem um bom nível de conhecimento sobre a covid19, mas precisam praticar mais as medidas preventivas

O nível de conhecimento sobre a pandemia da covid19 é boa na população Cabo-verdiana, mas quendo à pratica o score diminui, esta é uma das conclusões saídas do II Estudo CAP, realizado pelo Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) em parceria com a OMS, UNICEF e o INE, cujos resultados foram apresentados hoje, 07 de maio de 2021, na cidade da Praia.

Este estudo foi realizado com uma amostra de 2.754 pessoas, de âmbito nacional, em dezembro de 2020, como uma abordagem do meio rural e urbano e abrangeu a faixa etária dos 12 aos 95 anos.

Mais de 90% da população sabe que qualquer pessoa pode ser infetada pelo SARS-CoV-2 e 92% conhece os principais sintomas provocados pela doença. Mais de 90% conhecem as principais medidas de prevenção contra a infeção como uso de máscaras, distanciamento social e lavagem das mãos.

60% da população sabe o que é a infeção, mas ainda 18% dos inquiridos afirmaram que o vírus é uma arma biológica ou castigo divino. A população rural esta menos informada de que a população urbana. 85% reconhece que a luta contra a covid19 é uma responsabilidade individual, 11% dos inquiridos diagnosticado não informaram os contactos sobre a sua infeção por causa de medo e do estigma.  

Em relação a vacinação foram feitas algumas perguntas aos inquiridos em que 70% disseram que tomaria a vacina e 19% disseram que não iam aceitar a vacina por considerar que era preciso terem mais informações sobre a mesma.

73% referiram que a pandemia afetou a sua vida família, social e económica.

Mesmo em dezembro de 2020, altura em que foi feito o estudo no terreno, as pessoas eram favoráveis ao estado de emergência, cerca de 72%.

Na altura, nove meses após o início da pandemia em Cabo Verde, 40% dos inquiridos revelaram que tinha medo da pandemia.

Em relação as atitudes, o estudo mostrou que mais de metade da população ao sair de casa, levam a sua máscara, mas ainda cerca de 16% dizem que usam máscara as vezes.

Mais de 90% da população reconheceram que o distanciamento social é fundamental para reduzir o número de casos, mas quando perguntados se têm feito sempre o distanciamento, apenas 38% dizem ter feito sempre o distanciamento. Quando questionados se nos 7 dias antes do inquérito participaram de atividades com aglomeração cerca de 30% referiram que tinham participado de atividades com aglomeração.

Mais de 80% da população estavam de acordo com as medidas adotadas pelo governo, para controlar a pandemia e 16% aprovaram as medidas e pensam que pode ser feito mais.

As mulheres têm comportamentos mais assertivas, ou seja, cumprem mais as medidas. As pessoas no meio urbano cumprem mais as medidas do que as pessoas no meio rural. As pessoas idosas também cumprem mais as medidas do que os jovens.

Para o Ministro da Saúde e da Segurança Social, Arlindo do Rosário, que presidiu o workshop de apresentação dos resultados, este estudo é uma importante ferramenta que vai ajudar nas intervenções de controlo da pandemia e considerou que há um grande conhecimento da parte da população sobre a pandemia, o vírus, as formas de prevenção e por isso há um grande nível de conhecimento.

Entretanto segundo o Ministro “não basta ter conhecimentos, é preciso praticar.”  

Disse também que este estudo revelou que é preciso conhecer a fundo, concelho a concelho e ilha a ilha, que constrangimentos estão na base deste incumprimento das medidas. Arlindo do Rosário disse que as questões de ordem económica e financeira podem estar na base e por isso, o governo desde o inicio teve em consideração as vulnerabilidades e tentou mitigar essas vulnerabilidades em terno de emprego, rendimento entre outros.

Em relação as intervenções que este estudo poderá suscitar das autoridades nacionais, a Presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública, Maria da Luz Lima, avançou que o objetivo foi mesmo de trazer a realidade os conhecimentos atitudes e práticas da população, por isso vai ser feito uma análise aprofundada destes resultados para responder a cada um dos problemas levantados pelo estudo. Por isso, segundo disse, “vai ser necessário um reforço da comunicação de risco para desmitificação de alguns mitos e no controlo do estigma associado a doença.  A ação ainda deverá vir a incidir para o reforço da sensibilização dos homens e dos jovens para o cumprimento das medidas, com particular atenção para os meios rurais”.

Para a Presidente do INSP, Maria da Luz Lima, as pessoas têm conhecimento, mas precisam passar a prática, por isso será necessário a mudança da estratégia de comunicação de risco e apelar a consciência da responsabilidade individual de cada um nesta luta, já que 85% pensam assim.

Quanto a diferença deste estudo com o primeiro realizado em abril de 2020, logo no inicio da pandemia, é que o primeiro foi online, abarcou principalmente os centros urbanos e a maioria dos respondentes com nível de escolaridade alta. Neste segundo estudo o questionário foi aplicado no terreno por inquiridos treinados, teve mais equilíbrio entre o meio rural e urbano e foi mais abrangente, com a população mais diversificada e este segundo estudo abrangeu os adolescentes dos 12 aos 18 anos.

O II Estudo CAP foi realizado em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Escritório conjunto do UNICEF/UNFPA/PENUD e com o INE. Abrangeu 14 municípios do país por amostra aleatória, nomeadamente Praia, São Vicente, Ribeira Grande, Sal, Boavista, maio, Mosteiros, São Filipe, Ribeira Grande de Santiago, São Miguel, Santa Catarina, São Domingos, São Lourenço dos Órgãos e Santa Cruz.

A apresentação do resultado do Estudo teve a participação presencial e online de vários parceiros, dirigentes e profissionais de saúde bem como de instituições intervenientes na luta contra a pandemia.

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