O Instituto Nacional de Saúde Pública apresentou nesta sexta-feira, 27 de agosto, os resultados da sequenciação genómica do Vírus SARS-CoV2, realizadas em parceria com parceiros internacionais, possibilitando ter conhecimento de variantes de vírus circulantes no país.
Os dados gerados a partir deste sequenciamento possibilitam uma eficiente vigilância epidemiológica da COVID-19 em Cabo Verde, a investigação dos possíveis casos de reinfeção, bem obter um conhecimento aprofundado da dinâmica da infeção pelo vírus SARS-CoV-2.
De realçar os resultados apresentados foram obtidas de amostras biológicas processadas no Instituto Pasteur de Dakar e no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde- Porto através de cinco remessas enviadas entre outubro de 2020 a maio de 2021.
A sequenciação genómica, integrada à vigilância epidemiológica gera informações que subsidiam a tomada de decisões que visam minimizar os impactos da COVID-19 na população.
A sessão foi iniciada com uma cerimónia de abertura em que a mesa de honra foi constituída pela Presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública, Maria da Luz Lima Mendonça, pelo Diretor Nacional de Saúde e pela Representante interina da Organização Mundial da Saúde em Cabo Verde, Eva Pascoal.
Segundo a Presidente do INSP que presidiu esta sessão, o país deverá adaptar uma estratégia de vigilância eficiente conforme vão surgindo novas variantes da COVID-19, dado que o surgimento de estirpes variantes do vírus vai trazendo novos desafios nomeadamente a vigilância e a resposta célere e atempada para mitigar a sua propagação.
O INSP está a envidar esforços, com ajuda de Parceiros nacionais e internacionais para garantir a capacidade nacional de sequenciação mas este processo ultrapassa a aquisição de equipamentos e formação de técnicos que já estão garantidos”, mas diz Maria da Luz estar consciente que se está mais perto de ter essa capacidade nacional pois já existe um compromisso da OMS para apoiar o país nesse sentido.
“Mas ainda há muitos desafios para a frente para que o INSP possa, de acordo com o seu Estatuto de março 2014, atuar exclusivamente, como laboratório nacional de referência para doenças de notificação obrigatória e outras doenças emergentes ou ré emergentes; como laboratório central e coordenador de eventuais centros periféricos para as investigações biomédicas, epidemiológicas e as pesquisas clinicas em doenças transmissíveis e não-transmissíveis; como laboratório central coordenador e de referência para a vigilância sanitária e ambiental e a saúde dos trabalhadores, e manter coleções biológicas de património nacional.
Maria da Luz ao afirmar que os Laboratórios de Saúde Pública “têm exercido papel muito importante no processo de prevenção e resposta à pandemia da COVID-19 no Mundo”, enalteceu o excelente trabalho realizado pelos técnicos do laboratório nacional que na sua opinião “desempenham um papel fundamental no sistema nacional de saúde, especialmente os dos laboratórios de saúde pública que têm desempenhado de uma forma incansável e com todo o zelo e profissionalismo para a resposta célere de qualidade e segurança no contexto dessa epidemia em Cabo Verde”.
Por sua vez o Diretor Nacional da Saúde ressaltou a importância do evento, chamando mais uma vez a atenção para o cumprimento das medidas preventivas, complementarmente com a vacinação para reduzir a circulação do vírus e consequentemente o aparecimento de mutações.
A Representante interina da OMS, felicitou o INSP pela realização dessa atividade e reiterou mais uma vez, todo o apoio da OMS para o desenvolvimento da capacidade laboratorial em Cabo Verde.
Após a cerimónia de abertura, a sessão foi marcada por duas apresentações: Caraterísticas das variantes do SARS CoV-2, evidenciado pelo Guilherme Tonelli e os Dados Nacionais de Sequenciação Genómica, que ficou a cargo do ponto focal da sequenciação genómica em Cabo Verde, Kevin Carvalho.