Presidente da República decide prorrogar pela terceira vez o Estado de Emergência na ilha de Santiago.

O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, decidiu pela prorrogação do estado de emergência, por mais 15 dias na ilha de Santiago, a vigorar a partir das 00:00h do dia 15 de maio até às 24.00h do dia 29 de maio. Com esta medida a ilha da Boa Vista que nas duas últimas semanas não registou casos positivos da doença, junta-se as outras 7 ilhas que já saíram do estado de emergência.

O Chefe de Estado que falava ao país, numa conferência de imprensa, na noite desta quarta-feira a partir do Palácio da Presidência da República, informou que a sua decisão sobre a prorrogação do estado de emergência na ilha de Santiago, deve-se à diferente dinâmica actualmente vivenciada nas ilhas de Santiago e Boa Vista, e também na necessidade de dar às autoridades sanitárias os meios legais considerados muito importantes para enfrentar essa situação.

“Enquanto na ilha da Boa Vista a epidemia está controlada, não se registando novos casos positivos nas últimas três semanas, a situação da ilha de Santiago, especialmente do Concelho da Praia, é diferente, caracterizando-se por aumento diário de novos casos em mais de duas dezenas de bairros”.

Jorge Carlos Fonseca referiu que chegou a esta decisão após uma sequência de consultas a diversas entidades técnicas, políticas e da sociedade civil e o governo nos termos constitucionais. Salientou ainda que mesmo com a ilha em estado de emergência, existe um consenso para retoma de algumas atividades económicas e exercer-se alguns direitos fundamentais.

“O estado de emergência ora prorrogado apresenta limites mais flexíveis, permitindo, de alguma forma e nalguma medida, ao Governo a preparação para a retoma gradual de algumas atividades, como por exemplo a construção civil, os serviços públicos, a atividades agrícolas e similares, ao mesmo tempo que se afasta a proibição absoluta de eventos de culto religioso para algumas regiões, nomeadamente em Santiago Norte, admitindo-se apenas que esses eventos sejam submetidos a regras  de distanciamento social e demais medidas para evitar o contágio”.

Com relação ao impacto que este decreto terá sobre a economia da ilha, o Chefe de Estado explicou que os prejuízos que essa situação implica no que se refere à fruição de bens constitucionalmente assegurados, aos inevitáveis impactos negativos a nível económico e, sobretudo, às nefastas consequências para as camadas mais desprotegidas da população, não estão sendo ignoradas. Entretanto, esclarece que perante a complexidade da situação, o critério que tem norteado esse posicionamento tem sido a salvaguarda da saúde e a vida das pessoas.

De referir que a ilha da Boa Vista saiu do estado de emergência num momento em que regista um total de 47 casos recuperados dos 56 casos positivos registados.

O Presidente da Republica disse ainda que “nunca como agora, a conduta individual, cívica de cada um dos cidadãos deste país se tornou o elemento fundamental neste combate contra a pandemia do Covid-19. Todas as medidas de confinamento, de distanciamento físico, de proteção e de higiene impostas, continuam a ser essenciais e têm de ser aplicadas por todos. Mas agora temos o dever de cumprir essas medidas não pela força, mas pela nossa compreensão e convicção de que só assim nos protegemos e protegemos o nosso país. Somos nós que, com as nossas atitudes e práticas, vamos decidir se avançamos e, pouco a pouco, mas determinadamente, nos livramos do novo coronavírus ou se deixamos que a COVID19 invada as nossas vidas e modo de ser, propagando-se por todo o lado, causando, sofrimento, miséria, desconfiança e perda de vidas. Eu continuo a confiar nos cabo-verdianos, na sua sabedoria e, sobretudo, no seu amor a Cabo Verde, deveras o melhor país do mundo. E tem de continuar a sê-lo.” finalizou.

O Discurso: https://issuu.com/presidenciarcv/docs/prorroga__o_da_declara__o_de_estado_de_emerg_ncia_?fbclid=IwAR0nl7PsmP3FRGAfm3wy3k_71_7OKhHIA1YiYNI9HQV8EDUoI5fQfxkMk08

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