Perante o primeiro caso de COVID 19 registado na Boa Vista e para evitar situações de contágio na ilha e para fora dela, o Governo decidiu colocar a ilha em quarentena até 4 de abril, avançou na sexta-feira, 20 de março, o Primeiro-Ministro em conferência de imprensa, dirigida à nação. Em consequência, “são reforçadas, para a Boa Vista, as medidas de restrição, com efeitos a partir de hoje”, afirmou Ulisses Correia e Silva, apontando, a interdição de voos domésticos, interdição de transporte de passageiros através de navios comerciais e de pesca, com exceção para situações sanitárias, evacuações de doentes, situações de emergência e repatriamento.
Segundo o Chefe do Governo, “estas medidas acrescentam às em vigor sobre a interdição nos transportes internacionais”. “O abastecimento de mercadorias e produtos à ilha continuará normalmente através de navios comerciais e de pesca que, no entanto, não poderão embarcar e nem desembarcar passageiros”, clarificou.
Ainda para a Boa Vista, ordena-se o encerramento dos serviços e empresas públicos e privados, com exceção de Farmácias e serviços públicos e privados de saúde, Forças de segurança e serviços de proteção civil, Serviços portuários e aeroportuários, estabelecimentos comerciais de venda e abastecimento de bens alimentares, de higiene e limpeza e outros bens básicos e essenciais, Serviços de entrega domiciliária de refeições, Postos de combustíveis, Bancos e seguros, e outros sujeitos com a autorização prévia devidamente fundamentada.
O Primeiro-Ministro afiançou ainda que um contingente militar e policial será deslocado para garantir a aplicação das medidas restritivas de contingência, assim como será reforçada a presença do IGAE para medidas de fiscalização contra o açambarcamento e a especulação comerciais.
“Todas as operações e atividades relacionadas com a aplicação do Plano de Contingência e das medidas resultantes do estado de emergência ficam sob o comando de um representante do Serviço Nacional da Proteção Civil que será deslocado para a Boa Vista”, disse.
O Primeiro-Ministro pediu a população da Boa Vista para se manter a tranquilidade e seguir as instruções das autoridades. “O pânico não ajuda. O que transmite a doença, o coronavírus COVID 19, é o contágio entre pessoas. Por isso, todos e cada um devem cumprir com rigor as instruções e as informações de distanciamento social. Nada de cumprimentar com beijos, apertos de mãos e abraços. Nada de festas, idas ao mar ou outras situações de ajuntamento de pessoas. Este não é o momento para isso. Fiquem em casa”, reforçou, adiando que, “isto é uma guerra. Na guerra as pessoas cumprem ordens. Esta guerra ganha-se com o comportamento e a mudança de hábitos de cada pessoa e cada família. Fiquem em casa e lavem as mãos frequentemente. Contactem a delegacia de saúde, via telefone, se sentirem algum sintoma. Isto é válido para Boavista e para todas as ilhas, concelhos, bairros localidades do País”.
Ulisses Correia e Silva apelou “mais uma vez à máxima colaboração da população da Boa Vista. Vamos vencer. Todos e cada um são importantes. Faça a sua parte. Fique em casa”.